A partir do momento em que você se depara com um obra de arte, neste caso, uma pintura ou um desenho, além do visual estético, existe o que eu chamaria de uma vibração, uma aura, uma alma que não é perceptível a olho nu, porém é o que transforma algo comum em arte. 
Quando a Tai me pediu para escrever um texto que compusesse a sua primeira exposição individual, fiquei feliz, pois desde as primeiras vezes que ví o trabalho dela, pude perceber que havia algo a mais escondido atrás daquelas figuras e jogos de cores.
Dentro de cada uma de suas personagens femininas (personagens estas totalmente contemporâneas, recheadas de cultura pop, no melhor sentido da palavra, que trazem em sua bagagem super-heróis, vampiros, música, cultura regional, etc.) está presente sua característica mais marcante: a força. São representações de mulheres fortes e independentes, totalmente diferentes daqueles modelos delicados cultuados pelo mundo ocidental.
Neste âmago, está a busca constante da artista pela sua personalidade, pela suas lutas internas de auto-conhecimento, pela batalha externa do papel da mulher na sociedade moderna com a extirpação de quaisquer resquícios de fragilidade e desigualdade que durante séculos foi proporcionado ao sexo feminino.
Ela, a artista, está em sua própria obra, assim como seus olhares, crenças, dúvidas e anseios. Tudo misturado e exteriorizado na forma de arte, com traços fortes de nanquim e aquareladas com suavidade, revelando de uma forma muito sincera cada um dos seus “EUS”.
Rodrigo Scó
São Paulo, 16 de junho, de 2015
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